Seguidores

domingo, 30 de dezembro de 2012

Felicidade na precariedade.





Não escrevo de próprio punho faz um certo tempo. Fiz um pacto com as palavras, de não usá-las quando não tiver inspiração. E o que é inspiração? Sabe aquele pensamento que nasce do nada, que vem de repente, quando você menos imagina, isso é a tal chamada inspiração.
A inspiração não vem no barulho desse mundo contemporâneo, na nossa correria do dia a dia, mas nasce na quietude de nossa alma, de nosso coração. Inspiração e turbulências, nunca andaram juntas.
Hoje quero falar um pouco sobre uma imagem que veio em minha mente, que vivenciei.
Já era quase 07 horas da noite numa pequena cidade do interior, chovendo, ruas escuras e desertas, quando rompendo todo esse cenário, vem dois senhores felizes em suas bicicletas, depois mais um dia de trabalho. Tinham tudo para reclamar, chovia, era tarde, estavam sujos, mas não, cantarolavam pela ruas da cidade, demonstrando que a felicidade se faz presente na precariedade. Naquele momento eles eram mais felizes do que eu,  que muitos de nós, com pouco, quase nada. Aprendi ali mais uma vez, que a felicidade nada tem a ver com diversão, entretenimento, mas é um estado de espírito, algo que floresce da alma. Hoje vejo que para o jovem ser feliz ele precisa postar no Facebook, partiu, sim demonstrar que num feriado, num final de semana, foi fazer qualquer coisa, se divertir, é uma chancela para ser aceita pelo seu grupo; é careta ficar em casa com a família, lendo um livro, conversando com os pais, brincando com os irmãos. Vejo esse partiu, como uma despedida, uma fuga, de quem ainda não tem identidade própria, não reconheceu que pra ser feliz não preciso parti, mas permanecer. Tenho medo das partidas, algumas tem retornos, outras não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário