TENHA SEMPRE CACHORROS
Aqui em casa nós temos dois cachorros: o Juca e o Caju. O Juca
é um Basset -Dachshund e o Caju um Shit-tzu. São raças extremamente diferentes,
e com hábitos opostos, mas a convivência entre eles é ótima.
O que me fascina nos cachorros é a sua capacidade de não
represar sentimentos ruins, como: raiva, ódio, sentimentos de vingança, ressentimentos
e mágoas.
Nos dias que não estamos muito bem de humor ou precisamos
corrigi-los por algo, aumentamos a voz, gritamos, damos um tapa, e ele abaixa a
cabeça e vai embora triste. Não se passam de 2 minutos você o chama, e ele vem
todo abanando o rabo, te lambendo, brincando com você como se nada tivesse
acontecido há dois minutos atrás.
Nós seres racionais, agimos totalmente ao contrário, muitas
vezes filhos ficam anos sem falar com o pai ou com a mãe, pai que nunca mais
conversou com o filho ou a filha, irmãos que não se falam por mágoas que
ficaram, por situações que não foram resolvidas, pessoas incapazes de perdoar e
com uma grande capacidade de armazenar tudo que tem de ruim.
“Cometemos o pecado de não saber perdoar”, diz uma das letras
de uma música da banda Engenheiros do Havaí, e o processo do perdão é como
jogar fora o lixo que o outro deixou em você, diz o padre Fábio de Melo.
Incentivo as pessoas a terem cachorros, obviamente não é para
se abrir mão de ter filhos, a combinação perfeita para um lar feliz é: filhos e
cachorros.
Juca está mais tempo conosco, já enxugou muitas lágrimas
minhas, fez companhia quando não havia ninguém, me ouviu muitas vezes sem
compreender o porquê da minha tristeza, mas sempre presente.
Caju é o mais novo, aprendo com ele a energia e todo bom
humor que devemos ter para levar a vida, e o Caju não consegue ficar só, parece
que nasceu para viver em comunidade. O Juca tem um zelo com sua casa, o Caju
escolheu não ter moradia fixa, dormi pelos quartos na presença de algum de nós.
Juca e Caju nunca brigaram, mesmo um sendo diferente do
outro, de raças distintas, comportamentos opostos, mas se respeitam, se um quer
descansar, o outro entende, e assim eles vão levando seus dias.
Não reclamam de nada, não ficam murmurando pela casa, estão
sempre satisfeitos com que tem e são presença constante em nossas vidas.
Ah, como o Juca e o Caju nos ajudam a compreender a leveza da
vida, a extrema facilidade de perdão, de não guardar ressentimentos, de serem
presentes nas nossas ausências, de ser ombro amigo e colo ao mesmo tempo.
Ah, estava esquecendo-se de algo, temos a Tatá, um jaboti, o
Juca e o Caju aprende muito com ela, mas isso fica para outro dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário