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quinta-feira, 19 de abril de 2012


Perguntas que precisam ser vividas.



Sempre fui fascinado por todo o universo do Ser Humano, sempre gostei de gente, de ouvir gente, de falar com gente de estar no meio de gente, talvez isso explique o fato de ser professor.

Como gosto de ouvir as pessoas, com meus alunos não é diferente. Certa manhã chuvosa, veio ao meu encontro um aluno que sem pedir licença, nem rodeios me lança tal pergunta:

- Professor por que tenho que estudar trabalhar, passar por privações, provações e sofrimentos que sei que um dia morrerei? No primeiro momento pensei: “deve ser por que o céu está nublado e as nuvens cinzentas”, isso deve ter gerado um conflito existencial nele. Além do mais o aluno pensava em evadir-se da escola, pois estava faltando demais e com baixa autoestima. Confesso que não o levei tão a sério e lhe dei algumas respostas, que de nada o convenceu pela cara que fez. Não me preocupei com o ocorrido e continuei meu trabalho. Chegando em casa aquela pergunta” martelava” minha cabeça, fui até uma pequena estante onde tenho alguns poucos livros , fui tentar achar na literatura, na filosofia e na teologia alguma resposta a tal pergunta. “““ “““ Peguei em minhas mãos dois livros do monge beneditino alemão Anselm Grün, um chamava-se o “Livro das Respostas” e o outro” O que fiz para merecer isto”?

O primeiro livro estava repleto de perguntas e dúvidas existenciais que todos nós temos em algum momento de nossas vidas, tais como: Por que Deus permite o sofrimento? Por que existem crianças com câncer? Depois que eu morrer para onde eu vou? E o segundo livro que explicava sobre a incompreensível justiça de Deus, que tinhas também algumas indagações que muitos de nós ouvimos por ai, como: Por que os bons morrem cedo?  E porque as pessoas boas sofrem? Nesse momento de leitura, de reflexão, dei à devida importância a pergunta de meu aluno, que sem dúvida são muitas perguntas que nós também já fizemos em alguma fase de nossas vidas. Foi aí que descobri que existem dois tipos de perguntas: perguntas que necessitam serem respondidas rapidamente e perguntas que precisam ser vividas. Aí descobri que a pergunta de meu aluno e aquelas todas dos livros eram perguntas que necessitavam ser vividas, experimentadas, talvez vivê-las é de certa forma uma maneira saborosa de respondê-las. “Quando queremos respostas imediatas a esses tipos de perguntas existenciais como a de meu aluno, corremos o risco de nos perdermos durante nossa caminhada, perdermos nosso referencial, sairmos do eixo, pois perguntas desse tipo é um belo exercício de” repensada” da nossa existência e consequentemente de nossas vidas. Aqui devemos ter muito zelo e cuidado com as respostas que daremos a tais perguntas, e nesse momento leitor se você me permitir gostaria de plagiar meu aluno e lançar algumas perguntas para sua reflexão. Será que estamos tendo cuidado suficiente com os amores passageiros, pois  os mesmos costumam deixar marcas dolorosas que não passam? Será que nossa juventude tem tido cuidado com os invasores dos seus corpos, pois os mesmos não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem? Será que estamos tomando cuidado suficiente com as palavras mentirosas que se esparramam por aí, elas costumam estragar nosso referencial de verdade? Será que os jovens ou nós mesmos estamos tendo esse cuidado às perguntas que fazem ninhos em nossas cabeças? Aprendi na vida cristã que nem sempre posso compreender tudo, isso não me faz impotente diante das perguntas nem abala minha fé, pois certos tipos de perguntas pertencem ao Mistério do meu Criador, e não é função minha respondê-las e nem explicá-las, pois reconheço minha pequenez, minha limitação, sei das minhas fronteiras, e não quero cometer simonia( uso indevido do Sagrado).Além do mais nós seres humanos somos sedentos por respostas imediatas, e tão logo tomamos conhecimento de tal explicação, depois de um certo tempo aquela resposta já não nos satisfaz mais. Faça uma experiência com você ,  desafie-se  a responder essas duas perguntas, qual você julga ser mais fácil: O que você faz na vida? Ou o que você é na vida? Logicamente é muito mais fácil responder o que nós fazemos do que realmente nós somos. As perguntas que diz respeito a nós, ao nosso íntimo, exige vivência, caminhada, fé  e esperança. Perguntas como a primeira, que são para serem meramente respondidas, são as que o nosso mundo nos cobra e não nos faz evoluir em nada. Perguntas existenciais são um aprendizado constante mesmo parecendo que estamos pairando sobre dúvidas, perguntas desse tipo nos faz transcender, sair do lugar comum, nos encoraja em direção ao que é Divino e Eterno, nos faz transfigurar como pessoa. E voltando lá para o início do texto, quando fui surpreendido pela pergunta de meu aluno, peço novamente a sua permissão leitor para fazer uma última pergunta a você, e espero que você se debruce sobre ela e responda honestamente a você mesmo: Quem é você?


Prof. Falcão. Educador e apaixonado por Cristo.











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